Será que o marketing multinível merece ser tratado como tal? (EXCLUSIVO)
Conhecer sobre marketing nunca é demais! O assunto é extenso e merece atenção de qualquer profissional que trabalhe numa empresa!!! Claro que de uns mais do que de outros…
Comecemos sempre pela visão dos gurus. Segundo Philip Kotler o marketing é:
“A ciência e a arte de explorar, criar e entregar valor para satisfazer as necessidades de um mercado-alvo com lucro. Marketing identifica necessidades e desejos não realizados. Ele define, mede e quantifica o tamanho do mercado identificado e o potencial de lucro.”
Muito importante: os gurus dificilmente se enganam, no máximo ficam desatualizados… [rss] Este é o caso aqui (vide a primeira frase acima) com a evolução dos novos modelos de negócios baseados nas metodologias de crescimento acelerado que não dependem necessariamente de serem lucrativas nos primeiros anos de operação… São as startups como o facebook, Uber e DropBox, por exemplo, que praticam um BAITA marketing sem dar um lucro sequer! As duas últimas, por exemplo, vão abrir capital na bolsa só neste ano!!!
Muito bem. Ajustado o conceito de “mercadologia”, vamos agora conhecer as diferentes formas (ainda praticadas) e estratégias para se atingir seu objetivos nas diferentes etapas que conduzem o público-alvo até a entrega de valor por um produto ou serviço prestado. São basicamente 10 tipos:
- Marketing direto;
- Marketing indireto;
- Marketing social;
- Endomarketing;
- Marketing viral;
- Marketing digital;
- Marketing de conteúdo;
- Marketing pessoal;
- Marketing de relacionamento;
- Marketing de produto.
Vejam que a lista é extensa e ainda muitas destas abordagens se sobrepõem nas diferentes estratégias de negócios que podem ser adotadas pelas empresas… Pergunta: será que está faltando alguma abordagem de marketing diferente nesta lista? Vamos direto ao ponto. Será que o marketing multinível merece ser tratado como uma nova abordagem de marketing???
Trata-se de um modelo de negócios criado nos EUA na década de 1940 por Carl Rhenborg e que já é bem conhecido (pra não dizer extenuado) nos países desenvolvidos… Aplica o tal do “efeito de rede” em que um revendedor (ou melhor, um distribuidor) ganha participação nos lucros obtidos por ele e oriundos também da sua rede de revendedores. A grande sacada, portanto, está em incentivar os revendedores a atrair novos distribuidores para empresa até o limite máximo de 5 camadas para evitar que o recrutamento torne-se mais importante que a própria venda do produto…
Outra questão importante é a financeira! Será que um produto bom teria tanta margem assim para ser distribuída? Se o dinheiro gasto em comissões fosse destinado para garantia de qualidade e/ou PD&I (Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação) não teríamos produtos muito melhores??? Pense nisso. Entendo que foi exatamente por este motivo que tal modelo teve sua aplicabilidade limitada a alguns tipos de produtos e mercados… Não é a toa que as poucas empresas que sobreviveram neste modelo são do setor de comésticos e suplementos nutricionais!!
Por incrível que pareça tal modelo ultrapassado vem se consolidando no Brasil, tendo movimentado R$ 40,4 bilhões em 2016, segundo um levantamento feito pela Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas (ABEVD). Note que as empresas que lideram o setor não fogem à regra: Hinode, Herbalife, AMWAY (Grupo Alticor), Mary Kay e Boulevard. Todas encontraram solo ainda mais fértil num país que saiu da crise recentemente com milhões de desempregados ávidos por encontrar um fonte de renda rápida e aparentemente fácil…
E é exatamente aí que mora o risco! Tem até gente neste mercado (“travestido” de empresa séria) apregoando um tal de marketing multinível de alimentos… [vide o site da empresa SCI ao final do post] A equação simplesmente não bate! Como pode um setor “comoditizado” como o alimetício admitir um modelo como estes remunerando com comissões em cascata?!?
Controvérsias à parte, o fato é que o marketing multinível nada mais é do que uma modalidade de venda direta fundamentada numa rede de distribuidores que atendem diretamente o cliente no varejo, através de suas relações pessoais (sem intermediários atacadistas) e formando sua própria rede de distribuidores, segundo as regras próprias de cada empresa.
Percebam, caros leitores, que não há “ovo de colombo” não! E que você deve ficar muito atento para não entrar numa furada… Existem sim empresas sérias no ramo (notadamente aquelas que trabalham com menos camadas de distribuidores), mas muita coisa é realmente pura balela pra poucos ganharem dinheiro de verdade!!!
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